Innovation: What do you need for

23-07-2018

Escrevo sobre este tema que tanto me diz, por um lado para desmistificar o que na minha opinião é inovação e por outro lado para explicar de que forma se pode adequar processos de inovação aos nossos projetos.

O que é Inovação?

Em termos etimológicos a palavra Inovação é derivada do termo latim innovatio, que refere-se a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Ou seja, Inovação é um conjunto de intenções que tem por objetivo criar algo que rompa com o passado e que aponte num novo caminho.

Falando da Inovação aplicada às empresas, a mesma não deve ser só pensada numa ótica de produto ou serviço, mas sim em termos globais onde se incluem, processos, métodos, sistemas organizacionais, entre outros. Tipicamente a Inovação é vista como um novo departamento ou uma nova área criada dentro das empresas para promover coisas diferentes sem estratégia, muitas das vezes influenciados por ideias já pré-concebidas, estando apenas moduladas para aquele sector de negócio especifico. Este tipo de abordagem o que cria é um silo que não está ligado organicamente a outras áreas da empresa, o que desvirtua aquilo que deve ser o focus da inovação, a própria empresa em si.

A inovação da Bicicleta

Se queremos inovar uma bicicleta e tivermos o nosso foco apenas nos pneus, vamos perceber que uma alteração nos pneus vai ter implicação na direção, que por sua vez vai ter implicação no quadro, etc, afetando todo o sistema da mesma. O que importa retirar daqui como conclusão é que não faz sentido tentar inovar uma parte, quando tudo o resto que compõe o todo fica igual. Provavelmente neste cenário, iremos fazer o contrário de inovar, pois o resultado será provavelmente pior daquele que existia anteriormente.

Inovar..porquê?

Quando me sento com os parceiros e iniciamos uma primeira conversa sobre inovação, uma das primeiras perguntas que faço é: Porque é que sentem necessidade de inovar? e tipicamente não existe uma resposta imediata e pragmática. Uns querem inovar porque há budget para fazer coisas novas, outros porque têm aquele pensamento de que se os concorrentes têm nós também temos de ter, há também a visão de utilizar tecnologias trend para fazer marketing junto dos seus clientes, enfim há um pouco de tudo mas não o motivo certo para.

A inovação tem de começar na mente dos lideres! São estes que têm a responsabilidade de guiar o caminho e ligar o motor da mudança. A inovação nasce do conformismo aceite, do desconforto interno, dos resultados, da concorrência, do mercado, do feedback, dos visionários, dos limitados, do 8 e do 80, do certo e do errado, do norte e do sul, em suma a inovação não morre e está sempre presente nas nossas vidas, apenas temos de saber aceitá-la. No mundo empresarial, cabe aos lideres terem a sensibilidade e a coragem de aceitar a inovação como parte do ciclo diário das empresas, não aceitando o conformismo do alcançado mas sim desafiando-se todos os dias para fazer melhor.

Por isso é que a Inovação tem de vir de dentro para fora, da mentalidade para a execução, dos lideres para as suas equipas e das equipas para os clientes.

O Ciclo da Inovação prática

Inovar é, otimizar, transformar e revolucionar. Se quisermos transpor o ciclo de inovação num modelo, podíamos defini-lo desta forma. Tal como acontece numa qualquer metodologia ágil, existe um ciclo que pode ser definido para percebermos qual a maturidade do processo e como devemos agir.

Numa primeira abordagem, otimizar é a preparação dos trabalhos. Romper com o passado é um ajustamento difícil e não é aceite de forma igual por todas as pessoas, e por isso a otimização é o passo que permite limpar a areia na engrenagem para permitir que esta possa aumentar a sua velocidade.

Num momento seguinte, transformar é a palavra de ordem. Esta fase, ocorre quando o processo de otimização esgotou-se e é necessário destruir os pilares que suportavam o que ali estava para criar algo de novo.

A revolução provem do aproveitamento dos pilares para criar mais e melhor. Não significa destruir mas sim reaproveitar para fazer de maneira diferente. A diferença entre otimizar e revolucionar está assente sobre o potencial. A Otimização começa quando a revolução se esgota, quando a afinação da engrenagem já não é estrutural mas sim fina e quando o potencial já se encontra limitado.

Nutrir Inovação nas empresas

Para terminar e voltando um pouco ao inicio, importa perceber que a inovação vem da mentalidade, e por isso todos de alguma forma podemos contribuir. Dentro do nosso expectro, devemos começar por colocar o nosso próprio trabalho em causa e perceber como é que este pode e deve ser melhorado.

A somar à nossa mudança de mentalidade, a liderança deve cultivar esse espírito nos seus colaboradores, permitindo que estes organizem grupos de trabalho que desafiem os modelos e que pensem de que forma se pode fazer mais e melhor.

Uma técnica muito eficaz e de onde extraímos resultados incríveis, é o grupo e o contra-grupo. Numa sessão de trabalho são criados 2 grupos: 1 defende a empresa e tudo o que nela existe sem qualquer mudança, e o outro coloca tudo em causa. Cada grupo deve argumentar ao limite para defender a sua ideologia e durante este debate, nos temas que estiverem previamente definidos, devem chegar a um entendimento conjunto do manter ou mudar algo.

A Inovação começa dentro de todos nós! :)


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